China anunciou uma tarifa de 34% sobre todos os produtos importados dos EUA

A medida teve um impacto importante nas bolsas mundiais, que despencaram, e também no Dólar, que subiu no Brasil. Por outro lado, talvez essa situação represente até algo positivo para o Brasil. A guerra comercial entre EUA e China pode ter um vencedor inesperado: o Brasil. As tarifas impostas pelos EUA aos produtos brasileiros, de apenas 10%, ficaram muito abaixo do que se esperava. Isso pode aumentar a competitividade dos produtos brasileiros no mercado americano, já que os EUA impuseram tarifas bem mais altas à China, como a tarifa de 34% sobre todos os produtos importados da China. Com a China adotando uma tarifa recíproca de 34% sobre os produtos americanos, há uma abertura para que produtos brasileiros, como soja, carne, aves, itens da indústria extrativa mineral (como ferro e aço), se tornem mais competitivos no mercado chinês. O mesmo pode ocorrer no mercado americano, com os produtos chineses ficando mais caros, abre-se espaço para que produtos industrializados brasileiros tenham maior acesso ao mercado americano. Esse é um momento importante, que deve trazer consequências relevantes para o crescimento econômico global neste e nos próximos anos. Caso essa guerra tarifária continue se intensificando, porém, há risco de desaceleração da economia mundial, o que também afetaria o Brasil, principalmente por meio das exportações de commodities, em um cenário onde os preços internacionais venham a cair. Essa situação remonta à década de 1930, quando os EUA adotaram políticas protecionistas semelhantes, com tarifas de importação bastante elevadas. Naquele período, a economia mundial sofreu fortemente. Agora, as tarifas impostas voltam a alcançar níveis similares. No entanto, o contexto é diferente, os EUA continuam sendo a maior potência econômica do mundo, mas a China tem se tornado cada vez mais relevante, e o comércio mundial é muito mais facilitado. Talvez, o maior perdedor dessa medida protecionista proposta por Trump venha a ser, na verdade, os próprios EUA, especialmente seus consumidores e empresas.

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