Produção industrial teve o maior crescimento dos últimos 3 anos em 2024

A indústria brasileira reagiu em 2024, mas incertezas seguem para 2025, pois em dezembro a produção industrial brasileira registrou uma retração de 0,3% na comparação com novembro. Esse resultado marcou o terceiro mês consecutivo de queda, eliminando o ganho de 1,0% acumulado nos meses anteriores. Apesar desse recuo mensal, a produção industrial avançou 1,6% em relação a dezembro de 2023, consolidando sete meses seguidos de crescimento nessa base de comparação. No acumulado de 2024, a indústria fechou o ano com um crescimento de 3,1%, superando a variação quase nula de 0,1% observada em 2023. A queda de dezembro foi influenciada pela retração em três das quatro grandes categorias econômicas e pelo desempenho negativo em 15 das 25 atividades industriais analisadas. Entre os setores com maior impacto negativo, destacaram-se produtos do fumo (-6,9%), produtos diversos (-5,6%), artefatos de couro, artigos para viagem e calçados (-3,4%) e máquinas e equipamentos (-3,0%). Por outro lado, oito atividades apresentaram crescimento na produção, com destaque para confecção de artigos do vestuário e acessórios (4,0%), bebidas (3,2%) e indústrias extrativas (0,8%). Por categorias econômicas, bens de consumo semi e não duráveis (-1,8%), bens de consumo duráveis (-1,6%) e bens de capital (-1,1%) registraram quedas. Já o segmento de bens intermediários foi o único a apresentar crescimento em dezembro, com alta de 0,6%, revertendo a perda do mês anterior. No trimestre encerrado em dezembro, a média móvel trimestral registrou variação negativa de 0,4%, reforçando a tendência de desaceleração da produção industrial ao longo do período. Apesar da queda no último mês do ano, o setor industrial manteve um desempenho positivo no quarto trimestre de 2024, com avanço de 3,1% frente ao mesmo período de 2023. Esse crescimento, no entanto, foi menor do que o registrado no trimestre anterior (3,9%), refletindo uma desaceleração no ritmo da produção industrial. O destaque positivo ficou para bens de capital (14,3%) e bens de consumo duráveis (16,8%). No acumulado de 2024, o crescimento de 3,1% da produção industrial foi impulsionado pelo bom desempenho das quatro grandes categorias econômicas, e 20 dos 25 ramos pesquisados. Setores como veículos automotores (12,5%), equipamentos de informática (14,7%) e máquinas e aparelhos elétricos (12,2%), foram as principais influências positivas. Por outro lado, setores como manutenção e reparação de máquinas e equipamentos (-2,1%) e produtos farmoquímicos e farmacêuticos (-1,2%) registraram queda na produção ao longo do ano. Entre as grandes categorias econômicas, bens de consumo duráveis (10,6%) e bens de capital (9,1%) lideraram o crescimento anual. A indústria brasileira encerrou 2024 em um patamar bastante positivo, apesar dos desafios estruturais que ainda limitam sua competitividade, como a elevada carga tributária, a burocracia excessiva e os altos custos de crédito e mão de obra. A expansão do crédito e a demanda aquecida em mercados específicos contribuíram para a sustentação da produção industrial ao longo do ano. A desaceleração no último trimestre sinaliza, porém, um cenário desafiador para 2025, com taxa de juros em forte elevação e demais setores desacelerando.

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