Três estados do Nordeste apresentam mais empregos formais que beneficiários do Bolsa Família

O mercado de trabalho formal apresentou avanços significativos no último ano, superando a expansão do programa Bolsa Família em todos os Estados e no Distrito Federal. Essa melhora foi resultado do crescimento dos vínculos com Carteira de Trabalho assinada e de um pente-fino realizado pelo governo no cadastro do programa social. Ainda assim, a dependência do Bolsa Família continua alta em várias regiões, principalmente no Norte e no Nordeste. O Maranhão continua sendo o caso mais emblemático, onde, mesmo com melhora na comparação com o ano passado, o Estado ainda tem 1,77 pessoas no programa social para cada trabalhador com carteira assinada. Um ano antes, a proporção era de 1,87, o que indica avanço, mas o peso do Bolsa Família sobre a população maranhense ainda é muito grande. Entre os dez Estados com maior dependência do Bolsa Família, seis pertencem ao Nordeste e quatro ao Norte, confirmando a concentração regional dessa vulnerabilidade. Por outro lado, alguns Estados se destacam positivamente. Santa Catarina tem hoje a menor taxa de dependência proporcional do país, com 12 empregos formais para cada beneficiário do Bolsa Família. O Distrito Federal aparece em segundo lugar, com seis empregos formais para cada pessoa inscrita no programa social. Esses resultados refletem mercados de trabalho mais aquecidos, onde a formalização reduz a necessidade de apoio governamental. Dentro desse cenário, Pernambuco e Ceará se destacam positivamente. Em julho de 2024, os dois Estados ainda tinham mais beneficiários do Bolsa Família do que trabalhadores com carteira assinada. Um ano depois, o quadro mudou e ambos passaram a ter mais empregos formais do que famílias inscritas no programa social, se juntando ao Rio Grande do Norte, que já apresentava esse resultado. É uma virada importante, que mostra sinais de fortalecimento do mercado de trabalho nordestino. Mesmo com a tendência de queda, em dez Estados ainda há mais pessoas recebendo Bolsa Família do que trabalhadores com carteira assinada na iniciativa privada, sem considerar o setor público. Esse número já foi maior, eram 12 unidades da federação em julho de 2024 e 13 em janeiro de 2023, o que revela uma redução da dependência. Em termos absolutos, o Maranhão lidera a lista, com 521,6 mil beneficiários a mais do que trabalhadores formais. O Pará aparece em seguida, com 294,7 mil, seguido por Piauí (193,5 mil) e Bahia (185,4 mil). Na outra ponta, São Paulo é o Estado com melhor desempenho em números absolutos. São 12,3 milhões de trabalhadores com carteira assinada a mais do que famílias inscritas no Bolsa Família. O resultado apresenta não apenas a força do mercado de trabalho paulista, mas também uma menor desigualdade regional em relação à dependência de programas sociais. Embora o Bolsa Família ainda desempenhe um papel fundamental para milhões de famílias, a recuperação e expansão do emprego formal vêm ganhando protagonismo. O desafio continua sendo reduzir as disparidades regionais, garantindo que a melhora no mercado de trabalho alcance também os Estados mais vulneráveis.

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