Vendas do varejo têm queda de -0,1% em janeiro pelo terceiro mês consecutivo

A queda veio após quedas em novembro (-0,2%) e dezembro (-0,3%), meses considerados fortes com as vendas de final de ano. Em comparação com janeiro de 2024, o setor registrou crescimento de 3,1%. O acumulado nos últimos 12 meses ficou em 4,7%. Já no comércio varejista ampliado, o volume de vendas cresceu 2,3% em janeiro. Frente ao mesmo mês do ano anterior, houve avanço de 2,2%, enquanto o acumulado em 12 meses ficou em 3,8%. Quatro das oito atividades analisadas registraram crescimento na comparação com dezembro: equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (5,3%), combustíveis e lubrificantes (1,2%), outros artigos de uso pessoal e doméstico (0,7%) e livros, jornais, revistas e papelaria (0,6%). Em contrapartida, os demais segmentos apresentaram retração: tecidos, vestuário e calçados (-0,1%), móveis e eletrodomésticos (-0,2%), hiper e supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-0,4%), e artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (-3,4%). Na comparação com janeiro de 2024, o comércio varejista registrou crescimento em sete das oito atividades pesquisadas. O maior destaque foi o setor de artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (6,2%), seguido por outros artigos de uso pessoal e doméstico (4,5%), e móveis e eletrodomésticos (4,4%). A única retração foi observada no segmento de livros, jornais, revistas e papelaria (-0,2%). Na comparação com dezembro de 2024, o varejo ampliado apresentou aumento em veículos, motos, partes e peças (4,8%) e material de construção (3,0%). Na comparação com janeiro de 2024, o varejo ampliado registrou crescimento no setor de veículos, motos, partes e peças (8,9%) e material de construção avançou (3,9%). Por outro lado, o setor de atacado de produtos alimentícios, bebidas e fumo recuou -10,4%. Regionalmente, o comércio varejista apresentou crescimento em 15 das 27 unidades da federação na passagem de dezembro para janeiro. Entre os estados com melhor desempenho, Amapá (13,1%), Tocantins (4,6%) e Mato Grosso (3,1%) se destacaram. Por outro lado, 11 estados registraram quedas, com destaque para Sergipe (-3,9%), Roraima (-3,5%) e Alagoas (-2,0%). No comércio varejista ampliado, o crescimento foi positivo em 21 estados. A retração observada em diversas atividades e estados reflete os efeitos do crédito mais caro e das condições financeiras mais restritivas, consequência da manutenção da taxa Selic em patamares elevados para combater a inflação, mas também indica que o estímulo fiscal dos últimos 2 anos vem perdendo seu efeito. As medidas recentes de ampliação de crédito, através do consignado privado, podem reverter esse cenário.

There are no comments yet.

Please log in to write the first comment.