Boletim Focus pode influenciar decisão de juros

A Superquarta, que vai acontecer amanhã, trará decisões importantes sobre os juros aqui no Brasil e lá nos EUA. A semana teve um início bastante interessante com o Boletim Focus, divulgado ontem, mostrando que o mercado não espera mais que a elevação da Selic que finalizará o ciclo de alta, e consequentemente o ano, será no patamar de 15%. Isso trouxe novas expectativas em relação à decisão de juros que vai ser tomada amanhã no Brasil. Anteriormente, a expectativa do mercado era que, nessa reunião da quarta-feira, houvesse uma elevação de 0,5 ponto percentual, indo para 14,75%, e que, numa próxima reunião, o ciclo fosse finalizado com mais uma elevação em junho, chegando a 15%. Agora, isso pode mudar, já que o mercado está sinalizando que o ciclo deve se encerrar nos 14,75%. Então, pode ser que a elevação ocorra até esse patamar e que, numa próxima reunião, já não haja mais novas altas da taxa de juros para a economia brasileira. Mas isso até traz algumas preocupações, se você olhar o IPCA e o IPCA-15 na tendência dos últimos meses, o que tem sido apresentado é um recrudescimento da inflação. A inflação não aparenta dar sinais de trégua, pelo contrário, vem pressionando e já está um ponto percentual acima do teto da meta. Com isso, o Banco Central e o Comitê de Política Monetária, se forem observar essa variável, devem manter a elevação da taxa de juros nessa reunião e, possivelmente, também na próxima. Enquanto isso, lá nos Estados Unidos, a decisão deve ser pela manutenção da taxa de juros em 4,5%. Há sinais contrários na economia, um primeiro trimestre com queda no PIB, mas com geração de empregos em alta, um mercado ainda bastante aquecido e uma inflação que não tem mostrado surpresas em termos de redução do seu ritmo. Então, por conta disso, mesmo com pressões de Trump para que o Federal Open Market Committee (FOMC), o equivalente ao Comitê de Política Monetária do Banco Central brasileiro, lá dos EUA, reduza os juros, isso não deve acontecer nesta reunião de maio, nesta Superquarta. A decisão sobre redução de juros na economia americana deve aguardar ainda mais os possíveis efeitos da guerra tarifária.

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