Déficit de Transações Correntes aumentou e Investimento Estrangeiro Direto caiu em agosto

O Balanço de Pagamentos do Brasil apresentou um déficit de US$ 6,6 bilhões nas Transações Correntes, em agosto de 2024, uma piora expressiva em relação ao déficit de US$ 969 milhões no mesmo mês de 2023. O resultado foi impactado por uma série de fatores, incluindo a significativa redução do superávit comercial e o aumento no déficit da conta de serviços. A balança comercial registrou um saldo positivo de US$ 4,0 bilhões em agosto de 2024, mas isso representa uma queda acentuada em relação aos US$ 8,8 bilhões do mesmo período em 2023. Essa queda foi impulsionada por um recuo de 6,8% nas exportações de bens, que somaram US$ 29,2 bilhões, enquanto as importações aumentaram 12%, totalizando US$ 25,2 bilhões. Essa combinação de redução nas exportações e aumento das importações reflete uma demanda doméstica mais forte e uma possível perda de competitividade das exportações brasileiras no mercado internacional. O déficit em serviços também contribuiu para o agravamento das transações correntes. Em agosto de 2024, o déficit na conta de serviços foi de US$ 4,7 bilhões, um aumento expressivo de 53,4% em relação ao déficit de US$ 3,1 bilhões no mesmo mês de 2023. Esse aumento foi puxado por maiores despesas líquidas em várias categorias de serviços, incluindo transportes (crescimento de 49,3%), serviços de propriedade intelectual (alta de 56,4%) e serviços de telecomunicação, computação e informações (alta de 44,7%). Outro fator significativo foi o aumento das despesas líquidas com viagens internacionais, que cresceram 24,6% em relação ao ano anterior, totalizando US$ 766 milhões. A queda de 15,5% nas receitas de viagens internacionais, somada ao aumento de 3,8% nas despesas com viagens, revela uma recuperação da demanda por viagens ao exterior, mas com impactos negativos no balanço de pagamentos. Os Investimentos Diretos no País (IDP) somaram ingressos líquidos de US$ 6,1 bilhões em agosto de 2024, o que representa uma diminuição em relação aos US$ 7,3 bilhões registrados em agosto de 2023. Dentro desse total, US$ 5,8 bilhões foram em participação no capital, dos quais US$ 4,2 bilhões referem-se a lucros reinvestidos e US$ 1,5 bilhão a novas participações. No acumulado de 12 meses, o IDP totalizou US$ 70,6 bilhões, o equivalente a 3,19% do PIB, uma leve redução frente aos US$ 71,8 bilhões (3,23% do PIB) no mês anterior e superior aos US$ 64,4 bilhões (3,09% do PIB) registrados em agosto de 2023. Em relação às reservas internacionais, o Brasil registrou um aumento significativo, alcançando US$ 369,2 bilhões em agosto de 2024, um crescimento de US$ 5,9 bilhões em comparação ao mês anterior. Esse aumento se deve, principalmente, a variações positivas de preços (contribuindo com US$ 2,8 bilhões) e variações de paridade cambial (adicionando US$ 2,0 bilhões). As receitas de juros das reservas somaram US$ 760 milhões no mês, contribuindo para o reforço das reservas.

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