Déficit Zero em 2024 praticamente inatingível

O setor público consolidado, que abrange o Governo Central, estados, municípios e empresas estatais, registrou déficit de R$ 7,3 bilhões em setembro. O Governo Central apresentou um déficit de R$ 4,0 bilhões, enquanto os governos regionais e empresas estatais registraram déficits de R$ 3,2 bilhões e R$ 192 milhões, respectivamente. No acumulado de 12 meses, o setor público consolidado teve déficit de R$ 245,6 bilhões, equivalente a 2,15% do PIB. O resultado nominal, que considera o déficit primário e os juros nominais, foi deficitário em R$ 53,8 bilhões em setembro. No acumulado de 12 meses, o déficit nominal atingiu R$ 1.065,3 bilhões (9,34% do PIB), uma redução em comparação ao déficit de R$1.111,3 bilhões acumulado até agosto, mas vem se mantendo em um patamar acima de R$ 1 trilhão há 6 meses e num patamar acima do valor máximo atingido na pandemia. A Dívida Bruta do Governo Geral (DBGG), que inclui o Governo Federal, INSS e governos subnacionais, atingiu 78,3% do PIB, ou R$ 8,9 trilhões, em setembro, representando uma redução de 0,2 p.p. em relação ao mês anterior. No acumulado do ano, o crescimento da dívida bruta em relação ao PIB foi de 3,8 p.p. e de 6,6 p.p. desde o início do Governo Lula, com projeção para chegar muito próximo de 80%. As estatais atingiram nível recorde de déficit de janeiro a setembro desse ano, no valor de R$ 7,4 bilhões e representando um aumento de 258,9% em relação ao mesmo período de 2023, quando o saldo negativo foi de R$ 2,06 bilhões. O déficit foi o maior desde o início da série histórica em 2012. O déficit zero, meta a ser cumprida no Arcabouço Fiscal para este ano, está longe de ser cumprido. No acumulado do ano até setembro, o déficit está em R$ 93,6 bilhões. De acordo com a meta apresentada na composição do Arcabouço Fiscal, o Governo poderia ter um déficit de até R$ 28,3 bilhões para ainda assim ser considerado como déficit zero. Como o último trimestre não costuma trazer saldos positivos, uma redução no déficit de R$ 65,3 bilhões é praticamente impossível.

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