IBC-Br de março surpreende, apontando que a economia está aquecida

O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), considerado a prévia do PIB, registrou crescimento de 0,80% em março na comparação com fevereiro. O resultado superou as expectativas do mercado, que projetavam uma alta mais moderada, de 0,50%. Esse desempenho positivo vem após um fevereiro também de alta, cuja taxa foi revisada para 0,52%. Apesar do cenário global incerto e das taxas de juros ainda elevadas, os dados apontam que a economia brasileira segue aquecida. No acumulado dos 12 meses encerrados em março, o IBC-Br apresentou crescimento de 4,17%. Já no acumulado do ano, a alta foi de 3,68%. Quando se compara o primeiro trimestre de 2025 com o trimestre imediatamente anterior, observa-se um avanço de 1,30%, indicando uma economia aquecida. Na comparação com março do ano passado, o crescimento foi ainda mais expressivo, de 3,49%. Do ponto de vista setorial, o desempenho de março foi puxado principalmente pela indústria, que cresceu 2,15%, seguida pela agropecuária, com alta de 1,05%. O setor de serviços, o mais representativo do PIB, registrou crescimento mais modesto, de 0,30%. Já os impostos sobre produtos, que entram no cálculo do valor adicionado, avançaram 0,17%. No acumulado do trimestre, a agropecuária foi o destaque, com alta de 6,08%, seguida pela indústria (1,58%) e pelos serviços (0,75%). Embora o IBC-Br não substitua a estimativa oficial do PIB, calculado trimestralmente pelo IBGE, é considerado um importante indicador de curto prazo da atividade econômica. Com o resultado de março vindo acima do esperado, crescem as expectativas de que o PIB do primeiro trimestre apresente um desempenho forte, alimentando o debate sobre o ritmo de elevações na taxa de juros ao longo do ano por conta de uma pressão inflacionária.

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