Indústria brasileira volta a mostrar sinais de fraqueza

A produção industrial teve queda de 0,5% em maio, aprofundando a perda registrada no mês anterior (-0,2%). O resultado mostra que o setor ainda enfrenta dificuldades para sustentar um crescimento mais consistente. A indústria continua operando acima do nível pré-pandemia, mas segue longe do pico histórico registrado em 2011. Entre as atividades industriais, a principal responsável pela queda foi a fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias, que recuou 3,9% no mês. Também registraram perdas os setores de produtos alimentícios (-0,8%), coque e derivados de petróleo (-1,8%), bebidas (-1,8%), vestuário (-1,7%) e metalúrgicos (-2,0%). Por outro lado, 11 das 25 atividades pesquisadas avançaram, com destaque para as indústrias extrativas, que cresceram 0,8% e seguem em trajetória positiva. Na análise por grandes categorias econômicas, apenas os bens intermediários conseguiram registrar crescimento em maio, com leve alta de 0,1%. Esse avanço foi impulsionado pelas indústrias extrativas e garantiu o quarto mês consecutivo de crescimento dessa categoria. Já os demais segmentos apresentaram queda, os bens de consumo duráveis tiveram retração de 2,9%, os bens de capital caíram 2,1% e os bens de consumo semi e não duráveis, -1,0%. Apesar do resultado negativo de maio, o setor ainda registra crescimento de 1,8% no acumulado do ano. Os maiores destaques do ano são os bens de consumo duráveis, com alta de 10%, puxados especialmente pela produção de automóveis e eletrodomésticos. Bens intermediários também cresceram (2,3%), beneficiados por setores como mineração, químicos e metalurgia. Em contrapartida, os bens de consumo semi e não duráveis acumulam queda de 1,2%, afetados principalmente pela menor produção de álcool etílico e outros itens básicos. E os bens de capital caíram de 2,2% para 1,9%. Na comparação com maio do ano passado, o setor industrial teve alta de 3,3%. O crescimento foi disseminado, com três das quatro grandes categorias econômicas e 19 dos 25 ramos pesquisados registrando desempenho positivo. As maiores influências vieram das indústrias extrativas (8,7%), veículos automotores (12,2%) e máquinas e equipamentos (12,6%). Esse avanço foi favorecido por uma base de comparação mais fraca, já que, no mesmo mês do ano passado, a produção havia caído 1,2%.

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