IPCA de fevereiro é o maior desde 2003

A inflação medida pelo IPCA registrou alta de 1,31% em fevereiro, o que representa um aumento de 1,15 ponto percentual em relação à taxa de janeiro (0,16%). Este é o maior IPCA para um mês de fevereiro desde 2003, quando o índice ficou em 1,57%. No acumulado de 2025, o IPCA soma 1,47% e, nos últimos 12 meses, a inflação é de 5,06%, acima dos 4,56% observados nos 12 meses anteriores e bem acima do teto da meta, de 4,50%. Entre os nove grupos de produtos e serviços pesquisados, o maior destaque foi para Educação (4,70%, com impacto de 0,28 p.p.). Na sequência, o grupo Habitação (4,44%) apresentou o maior impacto no índice de fevereiro (0,65 p.p.), influenciado pelo aumento da energia elétrica residencial (16,80%), que representou o maior impacto, com 0,56 p.p. O grupo Alimentação e bebidas (0,70%) desacelerou em relação a janeiro, mas ainda apresentou alta puxada pela alimentação no domicílio (0,79%), com destaque para os aumentos no preço do ovo de galinha (15,39%) e do café moído (10,77%). Em contrapartida, registraram queda itens como batata-inglesa (-4,10%), arroz (-1,61%) e leite longa vida (-1,04%). O grupo Transportes (0,61%) também teve influência relevante no IPCA de fevereiro, especialmente pelos combustíveis (2,89%), com destaque para o óleo diesel (4,35%), etanol (3,62%) e gasolina (2,78%). Entre as regiões pesquisadas, a maior variação foi registrada em Aracaju (1,64%), devido ao aumento da energia elétrica residencial (19,20%) e da gasolina (3,29%). Já a menor variação foi em Fortaleza (1,03%), impactada pela queda no preço das passagens aéreas (-18,56%) e da gasolina (-3,31%). O resultado do IPCA de fevereiro mantém a tendência de elevação da inflação brasileira e reforça a preocupação de que ela pode estar saindo de controle. A expectativa do Boletim Focus para o IPCA deste ano tem se elevado semanalmente, levando a patamares muito próximos dos 6,00%. A política monetária restritiva tem seu efeito na atividade econômica até certo ponto, pois medidas fiscais expansionistas e de maior facilitação ao crédito continuam jogando mais impulso na economia.

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