PIB no 2º trimestre surpreende e apresenta crescimento de 1,4%

O resultado veio acima do crescimento do 1º trimestre, de 0,8%, e acima das expectativas de mercado, de crescimento de 1,0%. Pelo lado da oferta, a indústria foi quem mais cresceu (1,8%), seguido pelo setor de serviços, com 1,0%. Pelo lado da demanda, o consumo expandiu 1,3% e o investimento avançou 2,1%. No acumulado de 12 meses, o PIB mostrou manutenção em relação ao período passado, com um crescimento de 2,5%, uma queda em relação aos 2,9% do 4º trimestre de 2023. Essa redução vem sendo observada desde o segundo semestre de 2023, mas com reversão da tendência nesse 1º trimestre, que se repetiu no 2º trimestre, mesmo com os impactos negativos das enchentes no Rio Grande do Sul. O resultado do 2º trimestre chama atenção pelo forte desempenho do setor de serviços, que representa 67,4% do PIB e apresentou um crescimento de 1,0% no trimestre, o 13º trimestre seguido de crescimento. A agropecuária teve queda (-2,3%), após um 1º trimestre excelente, mas representa apenas 7,1% do PIB total. A indústria, que representa 25,5% do PIB, apresentou um ótimo desempenho, com crescimento de 1,8%, o maior pelo lado da oferta e concentrado no mês de junho, quando a indústria cresceu 4,1%. Pelo lado da demanda, por sua vez, o consumo das famílias cresceu 1,3%. A variável representa 63,3% do PIB e foi impulsionada pela melhora no mercado de trabalho, com aumento da massa salarial real, pelos programas de transferência de renda e um crescimento nominal de 11% das operações de crédito, com uma Selic mais baixa. Apesar do segundo trimestre consecutivo de crescimento do Investimento (FBCF) no 2º trimestre (2,3%), essa recuperação vem acontecendo após 3 trimestres seguidos de queda na comparação anual, deixando a participação no PIB em um patamar de 16,8%, muito baixo para permitir um crescimento mais sustentável da economia. Em resumo, o PIB foi puxado pelo consumo das famílias e gastos do governo (política fiscal expansionista) pelo lado da demanda; e, pelos serviços, principalmente o comércio, e indústria, pelo lado da oferta.

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