Prévia da inflação desacelera em agosto

O IPCA-15, que funciona como uma prévia da inflação oficial, registrou um aumento de 0,19%, desacelerando em relação a julho, quando a alta foi de 0,30%. Nos últimos 12 meses, a inflação acumulada chegou a 4,35%, também menor que os 4,45% acumulados até julho. O grupo transportes, com aumento de 0,83% e impacto de 0,17 ponto percentual no índice, foi o que mais impactou o índice, puxado principalmente pelo aumento no preço dos combustíveis, como a gasolina, que subiu 3,33%. Educação também teve uma alta significativa, com 0,75%, influenciada pelos reajustes nos cursos de ensino superior e fundamental. Por outro lado, o grupo de Alimentação e Bebidas apresentou queda pelo segundo mês consecutivo, com deflação de 0,80% e contribuição negativa de 0,17 ponto percentual, com destaque para a redução nos preços da alimentação no domicílio (-1,30%), e especialmente em produtos como tomate e cenoura. Apesar do IPCA-15 não medir a inflação oficial, mostra que no mês de agosto os preços podem ter reduzido o seu ritmo de crescimento e o IPCA cheio pode ficar abaixo do esperado, diminuindo a pressão sobre o acumulado de 12 meses, que atualmente está no teto da meta de inflação determinada pelo Banco Central, de 4,50%. O mercado vem revisando para cima a meta de inflação para 2024 e para os próximos anos, como pode ser visto no Boletim Focus, apresentado semanalmente. Essas revisões constantes têm levado o Comitê de Política Monetária (COPOM) do Banco Central a uma mudança nos cenários de juros para esse ano, com instituições financeiras já prevendo um aumento da Selic para 12% até o início de 2025.

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