Setor de serviços apresenta terceiro mês seguido de desaceleração

O setor de serviços apresentou queda de 0,2% em janeiro na comparação com dezembro. Em relação a janeiro de 2024, entretanto, houve crescimento de 1,6%. O acumulado dos últimos 12 meses registrou alta de 2,9%, inferior ao observado em dezembro (3,2%). Apesar das quedas consecutivas, o setor permanece 15,9% acima do nível pré-pandemia (fevereiro de 2020) e está 1,1% abaixo do pico histórico alcançado em outubro. O desempenho negativo de janeiro foi impulsionado, principalmente, pelo recuo de 1,8% no setor de transportes, que registrou retração em diversas modalidades, incluindo transportes aéreo e rodoviário coletivo de passageiros. Além disso, os serviços prestados às famílias apresentaram queda de 2,4%, eliminando parte dos ganhos acumulados nos meses anteriores, enquanto os serviços profissionais, administrativos e complementares recuaram 0,5%, acumulando perda de 3,7% nos últimos três meses. O segmento de transporte de passageiros, após crescer 0,8% em dezembro, registrou queda significativa de 7,6% em janeiro, mantendo-se 3,4% abaixo do nível pré-pandemia e 25,1% abaixo do pico histórico de fevereiro de 2014. O transporte de cargas também recuou 0,7%, acumulando perda de 3,3% em três meses, mas permanecendo 30,9% acima do patamar pré-pandemia e 8,9% abaixo do recorde alcançado em julho de 2023. Por outro lado, os serviços de informação e comunicação (2,3%) e outros serviços (2,3%) foram os únicos segmentos que registraram crescimento no mês. A primeira atividade acumulou ganho de 2,8% nos últimos três meses, enquanto a segunda recuperou parte da perda de dezembro de 2024 (-4,1%). A retração no volume de serviços foi registrada em 17 das 27 unidades da federação na comparação com dezembro, refletindo um cenário de desaceleração em parte significativa do país. Os maiores impactos negativos vieram do Amapá (-16,0%), Distrito Federal (-8,7%), e Acre (-8,6%). Em contrapartida, Santa Catarina (3,4%), Mato Grosso do Sul (2,3%) e Ceará (1,7%) foram os estados com as maiores contribuições positivas no mês. O setor de serviços representa mais de 70% do PIB brasileiro. Sua desaceleração iniciada no final do ano passado e contínua queda no primeiro resultado de janeiro trazem preocupações quanto ao desempenho da economia ao longo do ano. O setor pode estar sofrendo consequências dos juros mais altos, usados para combater a inflação, mas também das incertezas da economia brasileira.

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