Setor público fecha março com superávit, mas resultado nominal ainda preocupa

Em março, o setor público consolidado registrou um superávit primário de R$ 3,6 bilhões, valor superior ao observado no mesmo mês do ano anterior, quando o superávit foi de R$ 1,2 bilhão. Esse resultado refletiu a combinação de déficits de R$ 2,3 bilhões do Governo Central e de R$ 566 milhões das empresas estatais, compensados por um superávit de R$ 6,5 bilhões dos governos regionais. No acumulado de doze meses, o resultado primário continua deficitário, mas apresentou melhora, passando de R$ 15,9 bilhões (0,13% do PIB) até fevereiro para R$ 13,5 bilhões (0,11% do PIB) até março. Os juros nominais do setor público somaram R$ 75,2 bilhões em março, um crescimento expressivo frente aos R$ 64,2 bilhões registrados no mesmo mês em 2024. No acumulado de doze meses, os juros atingiram R$ 935 bilhões, o equivalente a 7,80% do PIB, frente aos R$ 745,7 bilhões (6,71% do PIB) acumulados até março do ano passado. Com isso, o resultado nominal do setor público, que considera o saldo primário e os juros nominais, foi deficitário em R$ 71,6 bilhões no mês. Em doze meses, o déficit nominal somou R$ 948,5 bilhões, o equivalente a 7,92% do PIB, acima do patamar observado em fevereiro (R$ 939,8 bilhões ou 7,91% do PIB). A Dívida Bruta do Governo Geral (DBGG), que inclui o Governo Federal, o INSS e os governos subnacionais, totalizou R$ 9,1 trilhões em março, o equivalente a 75,9% do PIB, um recuo de 0,2 ponto percentual em relação a fevereiro. Essa queda não traz alívio à trajetória crescente do endividamento, que já apresentou elevação de 4,2 pontos percentuais desde o início do governo atual. Segundo o FMI, com a tendência atual de crescimento do endividamento, o Brasil deve ter a 15ª maior relação dívida/PIB do mundo em 2030.

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