Yara de Melo Barros

Porque eu falo pra todo mundo que eu sou uma pessoa, né? Eu sou um profissional totalmente diferente antes e depois da catinga, né? Antes e depois da navinha.

Então foi minha primeira visão, assim, foi muito, muito emocionante de ver o último animal, assim, deu uma sensação um pouco de desespero, né, de meu Deus do céu, ele vai morrer, só tem esse, vai acabar. Uma sensação de desespero e de fascinação. Então eu decidi que eu queria ficar ali e ajudar.

Tipo, o que comer em cada estação, onde fazer o ninho, onde dormir com segurança, como escapar de predadores. Ele tava saindo andando pela catinga, procurando, e aí escutava de longe aquele croc, croc, ela fazia o fovo, aí meu Deus, mais um dia que ele tá vivo, mais um dia que ele tá vivo, muito obrigada por mais um dia. Era desse jeito, todo dia.

Sabe, realmente fazendo um fechamento. Olha, a gente está saindo agora, mas a gente está buscando estratégias de retomar. A gente não está abandonando, a gente está fazendo uma pausa. Estou saindo deixando a porta da esperança aberta, sabe? A Yara continuou coordenando o programa que mantinha a população de ararinhas em cativeiro até 2009.